Gestão de si mesmo e alta performance

Os grandes homens da nossa história foram antes de tudo grandes gestores de si mesmo, e em muito devem seu sucesso a essa razão. Contudo no mundo de hoje mesmo as pessoas comuns, como somos todos nós, precisa aprender a gerenciar a própria vida, ter em si mecanismos de desenvolvimento e estar comprometidos em nossa vida profissional.

Quando pergunto para meus mentorados o que fazem como lideres, ouço muitas respostas simplistas como nada ou não estou exercendo cargo de liderança, então passo a explicar que o primeiro e principal treinamento de liderança é o próprio, aquele que não se lidera, que não gerencia a própria vida e carreira fatalmente está suscetível a ser dirigido no que essencialmente lhe cabia fazer.

A base inicial do gerenciamento pessoal é conhecer seus pontos fortes, suas potencialidades. Infelizmente poucos conseguem identificar claramente suas habilidades e competências, e tem, ou acham que tem, maior facilidade na identificação de suas fraquezas. É preciso deixar de lado a crença que não devemos ostentar nossas potencialidades, lembrando que não vamos sair elencando-as para todos e em todos os lugares, mas termos perfeita lucidez de nossos pontos fortes é imprescindível para alcançarmos um desempenho de alto nível.

Ao longo da história da humanidade por muito tempo não houve necessidade de conhecer os pontos fortes já que a pessoa nascia numa posição social e com uma ocupação predefinida por seu antepassados, mas hoje temos opções, e muitas, para tanto precisamos conhecer nossas qualidades para saber onde nos inserir.

Uma das melhores formas de descobrir essas potencialidades é por meio de análise de feedback, de uma forma bem simples sempre que for tomar uma decisão ou realizar uma ação importante, anote os resultados esperados, então após um período entre 6 e 12 meses compare os resultados reais com os resultados que apontou como esperados anteriormente. Esse é um modelo de autofeedback ensinado por Peter Drucker (pai da administração moderna) que utilizo e dá boa perspectiva de nossos resultados e também de nossas potencialidades.

Essa prática feita de forma constante em pouco tempo dará uma visão mais aprofundada de seus pontos fortes, bem como do que você faz ou deixa de fazer que tem impedido de se beneficiar destes, de suas melhores habilidades e competências. Você perceberá pela prática da análise de feedback no que você não é particularmente competente e as áreas em que suas potencialidades são reduzidas, ou seja, identificará onde você não consegue os melhores resultados.

A análise de feedback pode resultar em verdadeiras ações, para tanto, deve concentrar em suas potencialidades e coloca-las onde poderão produzir os melhores resultados. É preciso trabalhar para aprimorar esses pontos fortes, pois também através da análise será possível identificar onde precisa melhorar e que novas habilidade precisa adquirir, ficando claro onde estão suas lacunas do conhecimento para poderem ser a partir dai preenchidas.

No momento em que vivemos, em que o mercado passa por grandes mudanças, os profissionais precisam identificar mais rapidamente os conhecimentos e habilidades complementares de que necessitam para aprimorar suas potencialidades e alcançar maior performance na carreira.

Na advocacia, que é nossa área de atuação e onde temos mentorado profissionais por exemplo, vemos que advogados tecnicamente muito qualificados estão tendo que aprender a lidar com suas emoções, melhorar suas relações interpessoais, ou seja, melhorar a inteligência emocional, ao mesmo tempo muitos estão correndo atrás de novas especializações para adequarem suas carreiras e procurando aprender mais sobre gestão e liderança. Ou seja, estão reconhecendo que precisam de novas hard skills (habilidades técnicas essenciais ao trabalho) e soft skills (habilidades comportamentais como liderança e comunicação) para permanecerem num mercado mais exigente e competitivo.

Certo é que vivemos, apesar de todos os problemas da situação pandêmica presente, numa era de oportunidades sem precedentes, em que com persistência, ambição e inteligência é possível chegar ao topo da carreira escolhida, independente do ponto em que começou. Porém com a oportunidade temos a responsabilidade, cada um precisa ser seu próprio CEO, ou seja, gestor de si e assim de sua carreira e negócios. Cabe a cada um se esforçar para conseguir um lugar no mercado e saber quando mudar de rumo, cabe a cada um se manter comprometido e produtivo em sua vida profissional que pode durar muito mais do que anos atrás.

Mas para isso é preciso se conhecer profundamente, somente a combinação de suas potencialidades e autoconhecimento possibilitará a você leitor atingir a verdadeira alta performance profissional.

Por: Dynair Alves de Souza, advogada cível e empresarial, mestre em Direito, master coach e mentora de carreira e negócios, cocriadora do programa “Advocacia 5.0 de sucesso”, presidente da Comissão de Gestão Estratégica e Liderança na Advocacia da ABA Mato Grosso.

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