Para aqueles que já leram o livro de Kim e Maugorgne, conhecem bem a estratégia apresentada por ambos no livro “A estratégia do Oceano Azul”.
Para os autores existem dois mercados, sendo um denominado de “oceano azul” e o outro denominado de “oceano vermelho”. Enquanto as empresas ancoradas no oceano vermelho lutam para derrotar os competidores e ganhar maior participação no mercado existente, as criadoras de oceanos azuis aplicam outra lógica: a da inovação de valor, que consiste em dar um salto qualitativo, tanto para os compradores como para a empresa. E, ao abrir um novo mercado, elas conseguem que os concorrentes se tornem irrelevantes.
A criação de oceanos azuis se tornou imperativo para a sobrevivência de muitas empresas por causa da Tecnologia, e o impacto na produtividade e na oferta de produtos e serviços.
Neste sentido, na advocacia não é diferente, e a pandemia trouxe à tona uma maior necessidade de uma estratégia de oceano azul, posto que o mundo mudou, o comportamento dos clientes mudaram e a tecnologia passou a ocupar o centro do palco.
Pois bem, se a estratégia do oceano azul tem como lógica a inovação de valor, como devo fazer para aplicar esta estratégia no escritório de advocacia?
Primeiro, temos que ter em mente que a maioria dos oceanos azuis nasce de um oceano vermelho, e o que define o oceano azul não é inovação tecnológica e sim inovação de valor, ou seja, a oferta de um novo benefício para o cliente.
Ainda, é importante entender que a criação de um oceano azul gera um poderoso efeito positivo na imagem do escritório e dos profissionais que lá atuam.
Na estratégia do oceano azul os advogados devem perseguir dois objetivos ao mesmo tempo, quais sejam: a diferenciação ( valor) e o preço ( custo).
Para atingir tais objetivos deve o profissional explorar áreas alternativas, e para tanto deve fazer a seguinte pergunta: o que podemos oferecer ao cliente que o nosso concorrente não oferece e não faz, de uma maneira mais prática e econômica?
Uma forma também de estratégia é examinar o comportamento dos clientes/consumidores, eles podem consumir outros serviços os quais estão relacionados com o nosso serviço e não observamos, por exemplo: o relacionamento dos clientes com as plataformas digitais.
O escritório pode explorar o futuro através das grandes tendências. Como nenhum setor escapa da influência das tendências externas, é aconselhável analisá-las com inteligência para descobrir oportunidades e assim criar novos espaços estratégicos. “A explosão da internet ou o movimento ecológico mundial são realidades que, analisadas corretamente, podem indicar como criar oportunidades de oceano azul”, dizem os autores da Estratégia do Oceano Azul.
Em geral, a maioria dos gestores se adaptam gradualmente aos acontecimentos. E os gestores se limitam a fazer projeções das tendências, quando se trata de novas tecnologias ou de mudanças reguladoras. Mas aqueles que buscam uma estratégia de oceano azul têm de avaliar de que forma a tecnologia modificará o valor para os clientes e qual será seu impacto no modelo de negócio de seu escritório.
Temos observado um oceano azul de oportunidades por conta do surgimento de várias novas profissões e novas tecnologias, todos com necessidades de regularização jurídica e de advogados para orientá-los neste novo mundo.
É necessária ter uma visão estratégica voltada para a experiência do cliente, pois a criação de um oceano azul não é uma conquista estática, mas um processo dinâmico.
Para tanto, é importante o Advogado e a Advogada estarem presentes em ambientes de discussão sobre estratégias, mercados, atuação jurídica, seja por meio de cursos, mentorias, ou mesmo de um grupo de discussão acerca de negócios.
E você? Está preparado para a estratégia do oceano azul?
Autoras: Ana Lúcia Ricarte, Advogada e co-criadora do Programa Advocacia 5.0 de Sucesso. Dynair Souza, Advogada, Master coach e co-criadora do Programa Advocacia 5.0 de sucesso.
Instagram: @adv5.0desucesso.
Link para a matéria original: Oceano azul na advocacia